Nascido no Uruguai, o Candombe é uma manifestação de um extenso grupo linguístico
africano chamado Bantú. Os Bantús pouco têm em comum racial e culturalmente,
mas sofreram o mesmo infortúnio, de serem arrancados de sua terra natal e trazidos à
força para a América Latina, onde foram vendidos e explorados como escravos.
A palavra Candombe significa, entre outras coisas, dança negra e evoca os rituais dessa raça.
Ao mesmo tempo que expressa a pena e a dor dos escravos que sofreram saudades de sua terra natal e de suas famílias, simboliza a luta e resistência contra a opressão que sofriam.
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Imagem: Anna Saar - Todos os direitos reservados. |
A dança chegou a ser considerada imoral e foi proibida no início
do século XIX, fazendo com que fosse praticada a escondidas pelos africanos e
seus descendentes, que se expressavam através dos tambores.
O Candombe é formado por 3 tipos de tambores:
Chico: É o menor e mais agudo. É o coração do ritmo.
Repique: É o que dá ritmo e unidade ao Candombe.
Piano: É o maior e mais grave e leva a melodia do ritmo.
Para montar o ritmo deve haver, pelo menos, um tambor de cada tipo. Hoje em dia se veem grupos que saem às ruas com até 75 tambores.
Imagem: Jorgelina Canelo - Todos os direitos reservados. |
O CANDOMBE EM PARATY
Em 2007 foi criado o Grupo Ilú Ayiê, que através de seus tambores representa a cultura afro-uruguaia na cidade.
Várias pessoas, entre antigos membros e entusiastas, se reúnem espontaneamente às sextas-feiras em um Centro Cultural para praticar o Candombe, e aos domingos à tarde, em frente à Capelinha (clique aqui para ver sua localização no mapa), para tocar os tambores e sair em "llamada" (se pronuncia "chamada") pelas ruas do Centro Histórico de Paraty.
Nessa oportunidade todos saem às ruas para acompanhar a "llamada", que contagia a dezenas de pessoas.
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Imagem: Anna Saar - Todos os direitos reservados. |
O Grupo Ilú Ayiê ensina e difunde a cultura afro-uruguaia na
cidade, sem fins lucrativos. Ao final de cada "llamada" passam o chapéu para os que desejem fazer sua colaboração. O grupo também aceita de bom grado doações para ajudar a custear as despesas de locação de espaço e manutenção dos tambores.
Se te interessa saber mais, ver fotos ou entrar em contato com o Grupo no Facebook, acesse o link clicando aqui.
Muito legal Anna! Gostei de mais!
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